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sábado, 27 de setembro de 2008

Dan Radcliffe!


Vestido com uma jaqueta de couro e desviando pelas ruas para falar ao celular, Daniel Radcliffe passaria por qualquer adolescente viajando no mundo hig-tech. De repente, ele olha para cima e tropeça em si mesmo.

''Desculpe'', disse. ''Só estou checando o resultado do críquete. Eles estão quase começando a dar os números do dia.'' ''Eles'' são os membros do time inglês de críquete, Radcliffe explicou. Depois, continuou por alguns minutos falando sobre as alegrias do seu esporte preferido.

Era início do verão. As filmagens de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, o sexto filme da série, acabaram de terminar. Um ano antes, Radcliffe, terminara sua temporada no West End, onde interpretou Alan Strang, o problemático (e por vezes, nu) protagonista do remake do drama sexual setentista Equus. Os ensaios para a estréia na Broadway - que acontece no dia 25 de setembro (hoje), no Teatro Broadhurst - começaram atrasados.

Radcliffe, que completou 19 anos em julho, divertiu-se com o merecido descanso, um dos mais longos que conseguiu desde que estrelou Harry Potter e a Pedra Filosofal, ainda com 12 anos de idade, e tornou-se o ator infantil mais conhecido do mundo. Ele despendeu o tempo, ao que parece, passeando, obcecado por críquete e organizando seus pensamentos. Tem opinião sobre catolicismo, competitividade masculina, a troca de guardas do Palácio de Buckingham, a maneia de soletrar a palavra alumínio, entre outras idéias que teve durante o verão. Embora diga que seu jeito de falar, extremamente sincero, o torne um tanto chato, na verdade pode ser considerado como um símbolo do final de sua adolescência.

Radcliffe parece ter conseguido transitar de astro infantil para a fase adulta sem se tornar vítima do consumo de drogas por desilusão, ego inflado ou ter virado um apresentador de reality shows na TV. Sua experiência em Equus, que encenou para platéias lotadas durante o ano passado, pesou muito para sua autoconfiança. Apesar do estranhamento inicial, a audiência amou, mesmo a crítica londrina ficou impressionada. ''Esta é um performance de um ator nato'', Michael Bilington escreveu no The Guardian. Quentin Letts elogiou, no Daily Mail, ''o surgimento do jovem Dan Radcliffe em sua natureza artística, testado como ator e descoberto como um prodígio''.

Radcliffe não lembra em nada o mago Harry Potter. Não usa óculos, não tem cicatriz na testa, fala rápido e com o charme do acento das ruas de Londres. Ele está mais para Equus. Tem 1,65 de altura, menos do que você possa pensar (como muitos outros atores), mas seguro o bastante para fazer piada disso. Em Londres, em junho deste ano, ele vestia jeans, camiseta preta com desenho artístico indeterminado e uma jaqueta de couro. Estava convincentemente educado.

Equus é uma peça importante para pessoas que viveram na década de 70. Reveladora, revolucionária para a época, que, agora, traz de volta o debate sobre sanidade e loucura, com longas discussões sobre as virtudes e limitações da terapia. Velhos amigos do ator contaram o quanto a peça representou para eles. O papel foi um jeito de provar que poderia abandonar o jeito de criança sem deixar isso tão óbvio. ''Se eu fizesse outro filme fantástico, todos diriam 'ele não está nem tentando', mas se eu faço um papel de um traficante, eles dizem logo 'Deus, ele está se esforçando realmente', disse.

''É fato que ele {Alan} é muito diferente do Harry, é um personagem violento – instável mentalmente'', disse sobre seu personagem. Alan Strang é uma alma torturada, com uma profunda conexão com cavalos - ele cegou 6 numa noite de desvio religioso e êxtase sexual. Nu de suas defesas e possivelmente de sua alma, ele participa de uma série de sessões de tortura com um psiquiatra, interpretado por Richard Griffiths.

A peça requer que Daniel apareça em um nu frontal em uma cena prolongada, o que, segundo ele, não o incomoda. ''Nunca foi um problema'', disse ele. ''Eu não sei por que, mas deveria ver como um problema. Eu tenho plena consciência. No entanto, eu lembro de ter olhado para o meu pai e dito 'você acha que eu deveria usar calças?'''(não, não deveria).

No palco, Radcliffe acredita que sofreu de uma síndrome que ele chama de efeito David de Michelângelo. Ele explica: ''Ele - quer dizer, David - não estava bem posicionado, porque estava lutando contra Golias. Teve muito desse efeito. Você fica apertado como um hamster. A primeira vez que aconteceu, dei meia volta e pensei 'você sabe, tem cerca de mil pessoas aqui, e não que acho que ao menos um deles esperem ver você em melhor situação'''. ''A nudez emocional foi assombrosa, foi como começar do nada'', disse.

Então, ele fez um curso intenso de teatro, com práticas vocais conhecidas como técnica Alexandre. Lia apenas as vogais do texto em voz alta, e depois, só as consoantes. (Bizzarro, mas ele disse que faz diferença em sua interpretação). Aprendeu a projetar a voz. Ele imaginava que partes da sala representavam diferentes tipos de emoções, e corria entre elas buscando encarná-las.

Griffiths, que trabalhou em alguns filmes de Harry Potter como o tio Vernon, disse que viu o progresso de Radcliffe durante os anos. ''Se você assistir aos filmes, verá o progresso de um belo, agradável menino, que é instruído cuidadosamente, para alguém que está cada vez mais assumindo o controle do personagem e dizendo 'eu acho que ele deveria fazer desta forma''', disse.

Radcliffe foi uma criança que cresceu em Fulham, West London. Sua mãe era uma agente de casting, seu pai, formado em literatura, dispensou a carreira para cuidar da carreira do filho. Daniel começou a atuar com 9 anos porque tinha pouco talento nos esportes. Um agente amigo de seus pais (que agora os representa) sugeriu que ele fizesse uma audição para interpretar o jovem David Copperfield, numa produção da BBC, como um incentivo à sua auto-estima: ele pegou o papel. Também apareceu no filme The Tailor of Panama, e ganhou um grande papel. Sua participação em Harry Potter, depois de ter sido encorajado para a audição pelo produtor David Heyman, outro amigo da família.

Embora tenha perdido dois semestres na escola regular, Radcliffe teve tutores. Muitos de seus amigos eram mais velhos. ''Eu sempre amei a companhia dos adultos'', diz ele – e a maioria era de mulheres.

''Odeio o jeito que algumas pessoas têm de transformar um assunto em competição'', disse. ''Isso me irrita. Eu gosto de carros, mas eles falam da pressão do pneu e de quantos cavalos ele tem. Ele vai rápido? Sim ou não? Você não precisa me dar a velocidade atual do seu carro. Todos os garotos da escola queriam Lamborghinis e eu queria um Golf GTI'', acrescentou.

Radcliffe ainda mora na casa que cresceu com os pais e dois cachorros, Binka e Nugget. Os Radcliffes têm uma tradição de dar aos seus cachorros nomes que sigam a palavra galinha (chicken). Seu cachorro anterior chamava-se Tikka.

Ele é extremamente ligado aos pais. ''Às vezes, sinto um pouco de dó de mim por ter deitado na lama em gravações noturnas e ter de acordar às 4h30 da manhã seguinte'', disse. ''Mas minha mãe e meu pai sempre disseram a qualquer um que reclamava 'bem, pior seria se você estivesse numa mina'.''

Ele acrescenta: ''Atores dão a eles mesmos uma má reputação, e acho isso uma vergonha. Esse é o motivo de algumas pessoas se ofenderem com os atores e acharem que a atuação não é um trabalho, se comparados a outros. Mas é um grande trabalho. E não é como trabalhar na mina.''

Radcliffe é tão privado quanto falador. Em uma recente entrevista, sugeriu que teria perdido a virgindade há muitos anos com uma mulher mais velha, e que pode ou não estar namorado, mas não falaria disso. Ele consegue passear sem ser percebido. Mas como qualquer outra pessoa do show business britânico, tem de conviver com a mídia britânica e suas histórias extravagantes.

Ele relatou algumas. ''Uma delas era que eu tinha crescido 60 centímentos em 5 semanas'', disse. ''Outra, que eu tinha perseguidores, o que também era uma grande mentira. Uma dessas histórias dizia que eu pedi a dois guardas para passearem com meus cachorros'', disse, referindo-se a uma das ramificações da elite militar britânica. ''Outra dizia que eu tinha encomendado uma cerveja especial, fabricada por monges belgas. E eu odeio cerveja. E a melhor de todas era a de que eu tinha uma escultura minha como o meu personagem em Equus no meio da sala.''

Pelado, claro.

UHushaushauhsua
Beijinhos!
Gossip Girl

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